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  • Bruno Tomio

Conhecer Porto Alegre Pedalando


Um dos objetivos do Projeto Conhecer Pedalando é conhecer lugares, belezas naturais e pessoas, com intuito não apenas de conhecer, mas de divulgar e disseminar as experiências e vivencias obtida nas pretendidas buscas. Buscamos conhecer o proposto por meio da bicicleta quando possível, pois acreditamos que além de seus inúmeros benefícios ambientais e sociais, a mesma também oferece uma experiência e relação com os lugares e as pessoas de forma única e diferenciada dos meios de transportes motorizados. Diante do exposto segue um relato de nossa passagem pela cidade de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul. As imagens do passeio e dos lugares nele percorridos podem ser visualizadas no link https://www.facebook.com/media/set/?set=a.771502302954202.1073741832.764066890364410&type=1&l=6e0131377d.



O motivo principal de nossa ida para cidade de Porto Alegre foi para participar do Fórum Social Mundial 2016, onde está relatada nossa experiência e impressão do fórum na matéria anterior a essa, que pode ser conferida no link http://conhecerpedalando.wix.com/projeto#!O-Fórum-Social-Mundial-em-Porto-Alegre-Impressões/cmbz/56a7baca0cf22a80b027ffb4.


Fui de ônibus para Porto Alegre, mas levei uma bicicleta comigo com a intenção de conhecer e experimentar a cidade e também facilitar minha locomoção para os diferentes locais das atividades do fórum. Já comecei a conhecer e explorar a cidade nos intervalos das atividades e nos curtos tempos livres dos intensos dias em que ocorreu o fórum. Aproveitava para conhecer e viver a cidade nos locais próximos às atividades e nos momentos em que eu ia fazer compras no mercado e também em que me deslocava de uma atividade a outra. Após o encerramento do fórum fiquei mais dois dias na cidade, onde pude conhecê-la melhor.


Na noite de um dos dias ainda durante o fórum, encontrei ao acaso um grupo de ciclistas noturno quando eu ia em direção ao acampamento da juventude, que estava localizado no Parque da Harmonia. Tive o prazer de participar do pedal noturno do grupo, onde me permitiu pedalar e conhecer várias ruas da cidade.


Porto Alegre é uma cidade incrível, com muita história, cultura e parques, da qual teve grande influência política perante as revoltas e resistência contra o Império Português e com diversas figuras políticas decisivas na política nacional. Porém encontra-se nela e em muitas ou senão em todas as capitais brasileiras uma desigualdade social evidente, que na maioria das vezes tem seus problemas sociais negligenciados pelo poder público devido à construção e o modelo dos centros urbanos. Visitei vários parques, museus, feiras, ruas e construções históricas, e também através da travessia de catamarã feita por barco visitei a cidade de Guaíba, berço da revolução farroupilha. O custo deste passeio fora a alimentação foi de 21 reais, onde 18 reais foram as passagens de barco para Guaíba e 3 reais a entrada do Jardim Botânico.


Durante o passeio por Porto Alegre conheci e conversei com várias pessoas, nas feiras, praças e ruas, das quais me proporcionaram a visão de quem mora na cidade, muitas das vezes diferente das divulgadas pela mídia que oculta várias verdades. No Parque Farroupilha (Redenção) tive o prazer de encontrar e conversar com Cristian e Monica, um casal de holandeses que está viajando o Brasil e vários países da América do sul com um caminhão transformado em motorhome. E no centro de Porto Alegre conheci um artesão uruguaio que me presenteou com uma bela bicicleta feita com arame.



Visitei todos os parques que foram possíveis na cidade, dos quais fiquei admirado com a beleza e os amplos espaços abertos que possuem, pena que devido a um projeto de lei que será votado na câmara dos vereadores há o risco de todos os parque serem cercados. Conheci o parque Farroupilha, do Moinhos de Vento, da Marinha do Brasil e da Harmonia. Com exceção do parque da Harmonia, todos oferecem várias opções para a prática de atividades físicas diante de inúmeras quadras esportivas, academias, pistas e parquinhos infantis. São ótimas opções de lazer, para passar à tarde com amigos, para praticar atividades físicas, fazer piquenique, arte ou simplesmente relaxar em baixo de uma das muitas arvores presentes nos parques. Fui também ao Jardim Botânico, um belo e estruturado local que também conta com o Museu de Ciências Naturais, que possui um grande acervo sobre flora, fauna e biodiversidade em geral. Além dos grandes parques, há em Porto Alegre várias praças arborizadas e muitos museus.


Nas visitas aos museus conheci um pouco mais sobre a história e cultura da região além de apreciar várias exposições históricas e artísticas. No museu de comunicação Hipólito José da Costa conheci parte da história e evolução dos meios de comunição e da mídia, e uma oportuna exposição do Instituto de educação na luta contra o Racismo. Já no Museu Júlio de Castilhos, conheci um pouco mais sobre a história política do Rio Grande do Sul, desde a chegada dos exploradores e assassinos até a história da guerra dos Farrapos e Independência do estado. Lá também havia a história de um Gaucho que deu a volta ao mundo com uma lambreta no final da década de 60. E no Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Maiagoli (MARGS) pude apreciar várias exposições artísticas entre elas a do Juarez Machado, artista catarinense da cidade de Joinville que constantemente envolve a bicicleta em suas obras.


Visitei também o Museu da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde estava acontecendo a exposição: As meninas do quarto 28. Da qual conta a história de um grupo de meninas judias que viveram num gueto que serviu de prisão para milhares de Judeus na Alemanha Nazista. A exposição relembra várias das perversidades e crueldades que ocorreram no holocausto o que acho importante ser relembrado e discutido, principalmente por ser fruto de decisões humanas. Porém muitas das vezes o holocausto é tratado de uma forma que evidencia as perversidades ocorridas centralizando quase todo o mal da guerra a ele, o que oculta muitos outros males que ocorreram principalmente pelos ditos “vencedores” da guerra, que a meu ver beneficiou e ainda beneficia muito apenas uma nação. É importante não demonizarmos apenas um único mal ou acontecimento, o que pode levar a cegueiras de muitos outros que aconteceram de forma muito mais cruel e que ainda muito acontece hoje, mas que não é de interesse de alguns poderosos declararem.



Passei por alguns centros culturais, entre eles a bela Casa de Cultura Mário Quintana e o Santander Cultural, onde ambos contemplam vários espaços e atividades culturais, além do primeiro fazer parte da história do grande poeta brasileiro. Visitei a Fundação Iberê Camargo que expõe várias obras do artista, inclusive obras da série ciclista de 1990, e também outras várias produções artísticas de diversos atores. Passei também pelo Centro Cultural Usina do Gasômetro que tem uma interessante história de pressão popular por sua conquista.


Por meio da bicicleta pude conhecer grande parte de Porto Alegre, além de conhecer pedalando também a cidade de Guaíba. Porto Alegre tem alguma estrutura de mobilidade ciclística, mas creio que tem que evoluir e melhorar bastante. Gostaria de relatar e comentar muito mais sobre a cidade e o passeio, mas mais detalhes podem ser visualizados pelas imagens do álbum deste passeio na fan page do facebook. Passear de bicicleta por Porto Alegre foi uma aventura recompensadora e prazerosa, de baixo custo financeiro e baixíssimo impacto ambiental. Obrigado e até a próxima!


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